

Clã Barba de Fogo
O Clã Barba de Fogo é um exemplo de como tradição, magia e arte podem se fundir para criar uma identidade única dentro de Khaz Modan.
Sob a liderança de Eldramir Fogo-Fátuo, vivendo em um território que exalta sua especialidade na extração de pedras preciosas e no domínio arcano, e mantendo uma política rígida de controle de fronteiras, os anões de Barba de Fogo preservam um legado de conhecimento e mistério, mesmo em meio a rivalidades históricas e desafios externos.

Eldramir Fogo-Fátuo

Eldramir Fogo-Fátuo é uma figura envolta em mistério, cuja mente afiada e olhar penetrante parecem enxergar além do véu do presente. Desde cedo, demonstrou uma afinidade inata com as artes arcanas, sendo guiado por visões e presságios que o levaram a desvendar segredos há muito esquecidos. Seu domínio sobre a magia não é apenas teórico, mas profundamente prático, sendo capaz de moldar chamas com a mesma destreza com que um ferreiro manipula o metal incandescente.
Diferente de líderes que impõem sua autoridade com força bruta, Eldramir prefere a estratégia e a sabedoria, sempre ponderando as consequências antes de agir. Para ele, conhecimento é poder, e apenas aqueles que compreendem sua responsabilidade podem manejá-lo sem se perderem na própria ambição. Seu compromisso com a preservação dos saberes ancestrais faz dele um guardião incansável dos grimórios e artefatos do Clã Barba de Fogo.
Visão Geral do Clã
Lema dos Barba de Fogo
Resolva mistérios, mas permaneça desconhecido.
Recursos e extração primária do clã
Pedras preciosas, magia
Virtudes celebradas pelos membros do clã
Conhecimento arcano, beleza, mistério.
Durante a Última Guerra, Barba de Fogo estava mais próximo de Cyre e de Windsan.
O Clã Barba de Fogo é um grupo anão pequeno em número, mas com um legado poderoso e repleto de conhecimento arcano. Seus anciãos celebram a beleza, o mistério e o domínio dos segredos mágicos, transmitindo um saber acumulado ao longo dos séculos, herdado do lendário herói mítico Narathun Barba de Fogo – o único mago dos exilados. Conhecido por suas criações mágicas e dons oraculares, Narathun se tornou o símbolo de um clã que, mesmo em tempos sombrios, transformou tragédias e sacrifícios em arte e sabedoria. Ao extrair rubis, safiras e outras gemas de minas de qualidade incomparável, os anões de Barba de Fogo não só produzem joias e armas cerimoniais de rara beleza, como também exportam seus segredos arcanos, consolidando seu prestígio e contribuindo para a riqueza cultural de Khaz Modan.
Território do Clã
Diferente de muitos outros clãs de Khaz Modan, que se abrigam nas profundezas das montanhas, os anões do Clã Barba de Fogo estabeleceram-se em um território que reflete sua especialidade: o domínio das pedras preciosas e da magia. Seu território se estende pelos picos e encostas acidentadas, marcado por minas ricas em rubis, safiras e outras gemas que são extraídas com técnicas refinadas. A maior cidade do clã, conhecida como Espiral das Cinzas, evoca tanto a beleza quanto a melancolia – a arquitetura de pedra funde-se com elementos místicos, criando templos, bibliotecas e laboratórios de adivinhação, onde o conhecimento arcano é preservado e aprofundado.
Liderança do Clã
No âmago do Clã Barba de Fogo está Eldramir Fogo-Fátuo, um anão de presença imponente que encarna a erudição dos antigos oráculos e a autoridade de um líder nato. Conhecido por seu vasto conhecimento arcano e sua habilidade para interpretar os sinais do destino, Eldramir comanda seus seguidores com mão firme, mas justa. Sob sua liderança, o clã mantém a tradição de preservar e expandir os segredos mágicos, equilibrando a exposição do saber com a necessidade de proteger os mistérios que são a base de sua identidade.
Controle de fronteiras e segurança
Considerando a política rigorosa de Khaz Modan – que restringe a entrada de cidadãos de outros reinos, permitindo livre acesso apenas à capital, Mror Holds – o Clã Barba de Fogo adota medidas próprias para salvaguardar seu território. Localizado em uma área de difícil acesso, fora da capital, o clã mantém postos de guarda e sistemas de alerta nas estradas e passagens montanhosas. Qualquer forasteiro que tente adentrar o território sem autorização é interceptado por vigias especializados e submetido a interrogatórios rigorosos. Se identificado como uma ameaça, o invasor tem suas memórias alteradas magicamente, fazendo com que esqueça o caminho que o levou até ali e perdendo o interesse em retornar. Essa prática visa proteger tanto os segredos arcanos quanto as valiosas minas e centros de conhecimento, assegurando que apenas aqueles que demonstram respeito e compreensão da cultura anã possam adentrar a área da Espiral das Cinzas.
Relações com outros clãs
As relações do Clã Barba de Fogo com os demais clãs de Khaz Modan são marcadas por uma teia complexa de alianças e rivalidades históricas. O clã mantém uma rivalidade antiga com o Clã Barba de Gelo, decorrente de episódios de roubos ocorridos antes do período de Bal Dulor – eventos que ainda hoje alimentam a desconfiança entre os grupos. Há também um rancor profundo em relação ao Clã Machado Selvagem, lembrando um assassinato ocorrido há oito séculos, o que intensifica a desconfiança mútua.
Por outro lado, o Clã Martelo do Trovão condena as práticas que consideram “sujas”, principalmente a manipulação da carne, embora reconheça o valor dos segredos e das joias produzidos pelos anões de Barba de Fogo. Em contraste, o Clã Forja das Sombras permanece como um aliado leal, unindo-se aos Barba de Fogo pelo interesse comum na exploração dos mistérios do Reino Inferior e na busca por recursos arcanos. Além disso, o clã colabora estreitamente com o Clã Determinação de Ferro na criação de armas cerimoniais de alta qualidade e trabalha com o Clã Coração de Pedra na produção de joias de excelência, fortalecendo laços que transcendem rivalidades históricas.
Cerveja do Clã
Forjada nas fornalhas profundas sob o Vulcão Punho de Moradin e honrando o legado do clã Barba de Fogo, a Pássaro Negro é uma Schwarzbier anã, sombria e imponente como as sombras de uma tempestade nas encostas rochosas.
Elaborada com malte defumado em madeira de bordo das Terras Altas das Montanhas Raízes de Ferro, esta lager escura repousa por oito longas semanas em barris de pedra-viva, ganhando corpo, alma e caráter.
Seu sabor traz notas marcantes de defumado e torrefação, evocando brasas antigas, aço forjado e lendas esquecidas. O toque rústico, resultado de um processo
tradicional de brassagem escalonada e fervura por decocção, garante espuma densa e persistente — tão robusta quanto a barba de um ancião Barba de Fogo. Naturalmente carbonatada, a Pássaro Negro não é apenas uma cerveja: é uma canção de guerra líquida, entoada nas tavernas pelo ranger de copos e o crepitar da lareira.
Cultura e conhecimento arcano
A essência do Clã Barba de Fogo reside no domínio do conhecimento arcano e na apreciação da estética sombria e misteriosa. Seus membros valorizam tanto o estudo da magia quanto a criação de obras artísticas que combinam tragédia e beleza. A Biblioteca de Ébano, situada na Espiral das Cinzas, destaca-se como uma das melhores escolas de adivinhação em Alderion, onde oráculos e estudiosos se reúnem para decifrar os segredos do universo. A tradição do clã defende que nenhum conhecimento deve ser proibido, fazendo deles fervorosos defensores da liberdade intelectual e do compartilhamento controlado dos mistérios arcanos. Seus artífices, magos e bardos frequentemente se dedicam a inovações – inclusive em áreas controversas, como a alteração da carne –, demonstrando um contínuo esforço para expandir os limites da herança ancestral.
Relação com o Reino Inferior
Há muito tempo, o reino dos anões caiu nas mãos das forças daelkyr de Dyrrn, o Corruptor, e de seus lacaios, que ainda vagam pelos salões do Reino Inferior. Durante os primeiros dias da Última Guerra, Khaz Modan redescobriu esse vasto domínio – conhecido como Reino Abaixo ou Sol Udar – encontrando-o invadido por aberrações e repleto de estranhos simbiontes. Esse acontecimento provocou intensa controvérsia entre os clãs: enquanto alguns rejeitam a magia dos daelkyr e os simbiontes (como o Clã Martelo do Trovão), outros, como o Clã Forja das Sombras, abraçaram ou passaram a experimentar essas influências.
Para o Clã Barba de Fogo, essa descoberta assume um contorno duplo. Por um lado, há o reconhecimento de que o Reino Inferior já foi um centro de avanço e maravilhas – repleto de tesouros mágicos e artefatos lendários forjados pelos antigos anões – e, por outro, a constatação de que hoje o domínio está permeado pelos horrores daelkyr e simbiontes grotescos. Conforme as lendas, os primeiros senhores do clã foram exilados do Reino Inferior por seus modos selvagens e imprudentes, mas a esperança persiste de que, quando Khaz Modan trilhar um caminho justo, os portões do Reino Inferior se reabrirão para seus verdadeiros herdeiros.
Nesse contexto, o Clã Barba de Fogo observa com cautela os desdobramentos da “Guerra Abaixo” (Dol Udar), na qual os Khaz tentam recuperar suas propriedades ancestrais. Embora alguns clãs prefiram destruir qualquer vestígio da influência daelkyr, os anões de Barba de Fogo, mesmo sem se engajar diretamente na utilização dos simbiontes, mantêm uma postura de profundo interesse pelo conhecimento que emana desse reino esquecido. Eles estudam as relíquias e as armas vivas recuperadas dos antigos salões, valorizando a tradição arcana, mas sempre com o firme propósito de preservar a pureza de seus segredos e evitar a corrupção. Assim, o clã entende que os mistérios e a riqueza incalculável do Reino Inferior podem, se bem compreendidos, servir não para corromper, mas para fortalecer e inspirar novas obras de arte e sabedoria que perpetuem seu legado.

