A Natureza dos Deuses

Em muitos mundos, as divindades são seres com os quais seus habitantes podem interagir diretamente. Não há dúvida de que os deuses existem; se você é um viajante planar experiente, pode visitar a um plano superior e enfrentar uma divindade. Fundamentalmente, elas são apenas criaturas muito poderosas.​

 

Esse não é o caso em Alderion. Embora muitas divindades sejam retratadas com ícones antropomórficos, elas não caminham pelo mundo mortal nem mesmo pelos planos conhecidos. Se é que existem, as divindades habitam um plano de existência superior — um reino que não pode ser alcançado com viagens planares. Alguns acreditam que as almas dos heróis viajam para esse reino após passarem pela escuridão do Guardião; embora seja uma crença reconfortante, nunca foi provada.​

 

Se os deuses talvez nem existam, com quem os clérigos e paladinos se comunicam? Por que aliados planares respondem ao seu chamado? A magia divina existe, e a maioria acredita que ela é um presente dos deuses. Algo fornece respostas à comunhão, e um sacerdote acredita que seja sua divindade. Um cético pode argumentar que se trata do inconsciente coletivo ou simplesmente de um poderoso forasteiro.

 

Quanto aos aliados planares, a reverência aos deuses não se limita aos mortais. Celestiais e demônios também adoram divindades. Um arconte dedicado a Balinori pode nunca ter visto o rosto da deusa, mas acredita nela implicitamente, e ajudará os mortais que lutam em seu nome.​

 

Em última análise, a crença em uma divindade é uma questão de fé. Cada divindade representa um ideal e defende um determinado código e abordagem de vida. Quando alguém abraça o caminho de um deus, torna-se parte de uma comunidade no mundo mortal. Talvez, se for profundamente espiritual, obtenha o poder de realizar milagres por meio da magia divina. É isso que as pessoas esperam dos deuses de Alderion: que influenciem o mundo guiando e capacitando seus seguidores, e não se manifestando ou agindo diretamente.​

 

Alinhamento versus Crença​

 

Uma das principais mudanças em Alderion é que o alinhamento de um clérigo não precisa coincidir com o de sua divindade. Um clérigo leal e maligno pode adorar um deus caótico e bom, e ainda assim receberá magias e poderes concedidos.

 

A principal questão é o que esse alinhamento divergente significa. Pode ser que o sacerdote esteja traindo os ideais de sua igreja. É igualmente possível que ele acredite fervorosamente nos princípios de sua religião, mas os aborde de uma maneira incomum.

 

Por exemplo, um inquisidor da Chama Prateada pode ser leal e maligno. Ele está disposto a torturar e matar em nome do que vê como “o bem maior”, e realmente acredita estar cumprindo os desejos da Chama ao fazer isso. Membros bondosos da igreja podem achar seus métodos abomináveis, mas a questão é se os resultados dele servem aos objetivos da igreja. Na mente das pessoas, as questões de bem e mal são muito mais amplas do que “o que pode ser detectado por detectar o mal?”.

 

Quando a Chama Prateada iniciou sua cruzada contra a licantropia, os soldados sabiam que havia licantropos individuais que não eram malignos. Mas a licantropia em si — uma maldição que poderia corromper o corpo e a alma de qualquer um que tocasse — era vista como maligna, e o sacrifício de inocentes era necessário para purgar uma escuridão ainda maior.
 

As Religiões em Alderion