

Caminhantes da Neve
O inverno está chegando.
Morte. Doença. Decomposição. A maioria vê essas aflições como desagradáveis, na melhor das hipóteses, ou malignas, na pior. Os Caminhantes da Neve sabem que elas também fazem parte do ciclo natural, coisas que não devem ser temidas, mas sim abraçadas.
Eles não adoram a destruição, mas antecipam uma grande purificação por vir, permitindo que a natureza recomece em uma tela em branco. Não são poucos os que fazem o que podem para apressar esse grande dia.
Seja iminente, como muitos acreditam, ou ainda distante no futuro, essa certeza é compartilhada por todos os Caminhantes.

Helmgrim Fúria do Inverno

Helmgrim Fúria do Inverno é um líder mais temido entre Caminhantes da Neve. Diferente de outros líderes, Helmgrim não aguarda o curso natural dos eventos – ele força o destino, convocando rituais intensos para acelerar a chegada do inverno.
Sua personalidade é marcada por uma frieza implacável e uma convicção inabalável de que somente o gelo poderá purificar o mundo da corrupção e dos mortos-vivos.
Ele defende que a paciência é um luxo que o mundo não pode mais permitir e que a ação imediata, por mais violenta que seja, é essencial para romper com o ciclo decadente da civilização.
Seus métodos extremos e sua liderança autoritária fazem dele uma figura temida e admirada, simbolizando a urgência de um inverno que, segundo ele, já deveria ter chegado.
Visão Geral do Secto
Líder e Sede: Helmgrim é o mais temido líder do secto, vivendo próximo ao Pesar
Principal característica: Eles acreditam que o ciclo da vida e da morte deve ser
mantido sem interferências, e desprezam profundamente os mortos-vivos, que consideram
abominações que perturbam a ordem natural. Valorizam a resistência física e espiritual,
optando por métodos brutais para eliminar qualquer forma de corrupção que se infiltre
no ciclo da existência. Esses druidas são conhecidos por sua abordagem radical e pela
crença de que somente os mais fortes devem sobreviver, contribuindo para a iminente
chegada do inverno que, em sua visão, representa a renovação do mundo.
Raça proeminentes: Humanos, meio-elfos e shifters
Ainda mais do que os Ciclo Inexorável, os Caminhantes da Neve não possuem uma organização formal. Eles existem como matilhas independentes que vagam por territórios escolhidos. Cada matilha segue um líder forte, que geralmente possui níveis em alguma classe de combate, como bárbaro, além de suas habilidades druídicas. Alguns líderes nem sequer são druidas, mas são seguidos por druidas devotos. A força é o único critério para a liderança, seja força física ou convicção de caráter. Um líder permanece no comando até ser desafiado e derrotado; o vencedor assume automaticamente a liderança, conforme a implacável lei natural de sobrevivência.
Indivíduos com a maior reputação tornam-se conhecidos em toda a seita e acabam liderando as matilhas maiores e mais temidas. Os feitos desses líderes espalham-se entre os Caminhantes da Neve, inspirando alguns a segui-los e outros a alertarem contra seu excesso de zelo. Novos seguidores gravitam naturalmente em torno do líder cuja visão de mundo melhor se alinha à sua própria.
Não há grandes conclaves ou decretos centrais dentro dos Caminhantes da Neve. Cada matilha age de acordo com o que seu líder considera ser seu dever e define seus próprios rituais. O único critério é a aceitação da matilha; um líder que perde a capacidade de convencer ou coagir seus seguidores rapidamente perde também sua posição.
Tudo a seu tempo
Como mencionado anteriormente, alguns Caminhantes da Neve acreditam que a grande purificação não é iminente, mas virá apenas na plenitude do tempo. Essa visão mais paciente, defendida publicamente pelo druida Mug Ruith, é uma minoria dentro da seita, mas ainda assim atrai seguidores. O povo comum não apoia nem mesmo esses Caminhantes moderados, mas teme-os menos do que os mais fanáticos, o que ajuda os moderados a se espalharem por novas áreas e recrutarem mais iniciados. Os defensores dessa visão esperam que, com o tempo, sua filosofia passe a dominar toda a seita.
Cultura
A maioria dos membros da seita (cerca de 1.100) são humanos, com os shifters compondo quase todo o restante. Aqueles que se juntam aos Caminhantes da Neve adotam uma visão cruel e implacável da natureza, na qual apenas os mais fortes merecem sobreviver. Eles vêm de ambientes hostis ou passaram por provações incomuns que testaram sua força. Os membros não druidas geralmente possuem histórico militar, e alguns são refugiados de Cyre que testemunharam o avanço do inverno em primeira mão.
Os Caminhantes da Neve não impõem vestimentas formais, nem proíbem o uso de magia arcana. Tudo o que serve ao objetivo final de trazer o inverno é aceitável para a seita. Ela até mesmo inclui algumas bruxas entre seus membros, como a influente líder Corvo, cuja presença muitos atribuem à influência do Pesar.
Tornando-se um Caminhante da Neve
Aqueles que escolhem se tornar druidas dessa seita naturalmente sentem-se atraídos pelo Pesar. Esse lugar escuro e selvagem está se expandindo lentamente, espalhando a praga purificadora em um mundo corrompido, e os novos adeptos desejam estar no centro desse fenômeno.
Eles geralmente demonstram sinais inquietantes dessa fascinação antes mesmo de se unirem à seita, tornando-se indesejados em suas comunidades e sendo incentivados a partir. No entanto, a seita também está se espalhando além do Pesar, preparando o mundo para o inverno, e por isso tem atraído novos membros de outras nações. Muitos iniciados jamais puseram os pés em Tír na nÓg, mas reconhecem os sinais do inverno em suas próprias terras e sentem-se chamados a se juntar à causa.
O novo recruta é atraído para a órbita do grupo mais poderoso na região (geralmente o único que sobreviveu) e passa por uma iniciação brutal para testar sua força. Se sobreviver, ele se junta imediatamente à matilha e assume a tarefa de trazer o inverno.
Doutrina e Crenças
Todos os Caminhantes da Neve aguardam ansiosamente a chegada do fim. Durante muito tempo, eles se contentaram em observar o Pesar e venerar os mistérios da morte nesse, que consideram seu lugar mais sagrado. Alguns ainda seguem esse caminho. Para esses, manter o que é natural é o dever mais elevado. Eles não interferem, mesmo quando o mundo natural se revela brutal e cruel, e garantem que ninguém mais interfira. Cada Caminhante daria sua vida por esse princípio, pois a morte também faz parte da ordem natural.
Desde o Dia da Lamentação, no entanto, a maioria dos Caminhantes acredita que o inverno está próximo. Seu dever agora é acelerar sua chegada, o que fazem incentivando a propagação do Pesar e de seus habitantes. Isso geralmente envolve espalhar doenças, envenenar poços ou introduzir pragas para destruir colheitas.
Em ocasiões raras, os Caminhantes recorrem à violência direta para purificar uma região. Os druidas mais poderosos lançam magias de profanação sobre as áreas recém-purificadas para acelerar sua expansão. Se uma área exigir purificação imediata e não houver um druida poderoso por perto, uma delegação viaja até a matilha mais próxima liderada por um chefe influente para solicitar ajuda. Para todos os Caminhantes, a purificação do mundo—por qualquer meio necessário—é o mais alto dever de um druida.
Para os poucos que ainda acreditam que o inverno não está próximo, a tarefa mais importante é convencer os outros de seu erro. Se os Caminhantes agirem precipitadamente e causarem um desastre em nome de uma catástrofe que não era natural, trairão tudo pelo que lutam. Esses druidas viajam pelo mundo em busca de qualquer pista que possa resolver o mistério da Terra da Lamentação ou provar que ainda não é chegada a hora do inverno. Encontrar essa prova é mais importante para eles do que qualquer outra coisa.
Caminhantes Caídos
Cair em desgraça entre os Caminhantes da Neve significa morrer. Na matemática severa da natureza, a sobrevivência de um ser exige a morte de outro. Qualquer membro que não demonstre força de convicção rapidamente é esmagado—ou até mesmo devorado—pelos demais. Um líder pode ser desafiado a qualquer momento, e se o desafiante sair vitorioso, ele se torna a nova voz da lei da natureza.
Às vezes, um Caminhante caído não é morto imediatamente, mas exilado. Isso acontece em tempos de clima extremo ou em ambientes particularmente hostis, permitindo que a própria natureza seja a juíza e a carrasca. O exilado é deixado sem equipamentos ou meios de sobrevivência, tendo apenas sua astúcia para depender. Na maioria dos casos, ele sucumbe rapidamente. Os poucos que sobrevivem tornam-se ainda mais duros e impiedosos do que antes. Esses exilados geralmente formam novas matilhas ou desafiam e derrotam o líder do grupo que os baniu.
Os mais amargurados se entregam completamente a forças sombrias, chegando até mesmo a se alinhar com o Culto do Dragão Inferior ou os Senhores das Cinzas. No entanto, um Caminhante da Neve mantém suas habilidades druídicas a menos que abandone completamente o caminho do inverno. Apenas ações que ameacem o Pesar fazem com que um druida perca seus poderes instantaneamente.
Culto
Um tema comum em todos os rituais dos Caminhantes da Neve é o risco iminente de morte, seja causando-a ou sobrevivendo a ela. Além do ritual do Abraço da Praga, a seita realiza os seguintes ritos.
Iniciação
Os Caminhantes da Neve sabem que a vida é dura e que apenas os fortes sobrevivem. Alguém que deseja se juntar à fé deles deve provar sua força. O candidato passa por uma espécie de jornada visionária, na qual enfrenta a natureza armado apenas com sua inteligência. Ele é despojado de todas as suas roupas e equipamentos e mantido acordado por 24 horas em meio a uma celebração de bebida e dança para garantir a perda de toda habilidade de conjuração. Então, exausto e faminto, o candidato é lançado na selva. Ele deve atravessar o Pesar, passando por cada um de seus anéis. Muitos candidatos nunca saem do outro lado.
Os candidatos que sobrevivem passam imediatamente pelo Ritual do Coração do Inverno para serem marcados como aptos à sobrevivência.
Ritos menores
Os Caminhantes da Neve não realizam muitos rituais formais além da iniciação e da grande cerimônia do solstício. Aqueles que não podem comparecer a esse grande ritual realizam suas próprias observâncias em nome do inverno. Grupos individuais podem ter modos específicos de operação, como atacar à meia-noite ou escolher um tipo específico de vítima. Após um ataque ritualístico, o líder do grupo marca o local com um símbolo dos Caminhantes.
Ritos maiores
O solstício de inverno marca a cerimônia mais solene dos Caminhantes, a Chegada do Inverno. O maior número possível de Caminhantes dispersos se reúne nas bordas do Pesar para essa observância, que visa fortalecer e espalhar a condenação iminente do mundo. Eles passam a primeira semana de Zarantyr entoando cantos macabros e dançando para invocar os espíritos da morte. Durante esse festival, ocorrem batalhas rituais até a morte; é a época favorita para desafios à liderança de um grupo. O sangue do perdedor se infiltra no solo do Pesar, alimentando a vida retorcida que ele abriga, e o vencedor lidera os demais em um banquete canibal com o cadáver do derrotado.
Templos e santuários
Grupos individuais não estabelecem santuários. Eles consideram a terra que “purificaram” como dedicada às forças da destruição, preparando o caminho para o grande renascimento vindouro. No entanto, a seita como um todo considera todo o Pesar como solo sagrado. Numerosos grupos patrulham as fronteiras da floresta para manter intrusos afastados. O coração do Pesar, porém, é um mistério sombrio que até mesmo os Caminhantes temem adentrar. Eles estão cientes dos Arautos da Noite e desconfiam desses druidas dissidentes, de modo que alguns grupos também patrulham o anel interno para monitorar suas atividades.
Os Arautos da Noite
Mabar, a Noite Sem Fim, é um reino de escuridão e energia negativa. A maioria dos habitantes do mundo vê esse plano como hostil à vida, e seus habitantes como inteiramente malignos. Os Caminhantes da Neve veneram a escuridão, considerando-a o equilíbrio necessário à luz e à vida, e não veem contradição em incluir Mabar em sua adoração. Alguns, acreditando que a escuridão é o destino final do universo, trabalham para acelerar sua conquista dos outros planos. Esses Caminhantes dissidentes chamam a si mesmos de Arautos da Noite.
Aqueles que seguem o caminho dos Arautos da Noite são atraídos pelos lugares escuros. São nativos de zonas manifestas de Mabar ou as buscam ativamente, especialmente o Pesar em Tír na nÓg. Esses druidas preferem operar à noite ou dentro de zonas manifestas de Mabar. Permanecem no Pesar pelo maior tempo possível, preferindo se aprofundar na escuridão em vez de espalhar o inverno iminente pelo mundo.
Os líderes dos Arautos da Noite chamam a si mesmos de Nyctarch, enquanto os mais experientes entre eles tomam o título de Manto das Sombras.
Emblemas
Os Caminhantes da Neve não se apegam a cerimônias, então raramente utilizam símbolos ou marcas para se identificarem. No entanto, muitos usam ossos como parte de suas vestimentas, e às vezes a imagem de um fêmur roído (ou um osso real) é deixada para marcar um local onde a seita atuou.
O Pesar
Dentro da Floresta do Coração Verdejante, viajantes azarados às vezes se deparam com uma área onde a mata se retorceu sobre si mesma. A vegetação luxuriante dá lugar a troncos esqueléticos, sufocados por vinhas venenosas e infestados de pragas. Além desses sinais físicos de corrupção, a região abriga uma zona de manifestação ligada a Mabar, a Noite Sem Fim, que amplifica a energia negativa. Ao longo do último século, as fronteiras do Pesar têm se expandido lentamente.
O Pesar é um refúgio para plantas letais, pragas monstruosas e enxames de insetos anormalmente inteligentes. Alguns afirmam que sua origem é obra dos daelkyr, enquanto os Caminhantes da Neve acreditam que ele é um prenúncio do que está por vir, considerando-o um lugar sagrado.
Atualmente, o Pesar cobre uma área de aproximadamente vinte cinco quilômetros, sendo dividido em anéis de o quilômetros de largura, com os efeitos da zona se intensificando conforme se avança em direção ao centro.
Influência política e intrigas
Para a maioria dos habitantes de Tír na nÓg, ou de qualquer lugar onde a seita esteja ativa, os Caminhantes são uma força da natureza perigosa, mas limitada. Como tornados, são imensamente destrutivos, mas poucos em número; o cidadão comum raramente é diretamente afetado por eles.
Os Caminhantes e o Governo
Os governos das nações civilizadas veem os Caminhantes da Neve como assassinos insanos e terroristas, uma visão que não é inteiramente errada. No entanto, a natureza imprevisível das atividades da seita e a dispersão de seus membros tornam inviável uma resposta militar eficaz.
A fronteira nordeste da Britúnia, relativamente próxima do Pesar, recebe patrulhas reforçadas contra incursões dos Caminhantes e dos Ciclo Inexorável. No geral, porém, as nações de Alderion têm questões mais urgentes para lidar—assuntos em que a força militar e a diplomacia podem realmente fazer diferença.
A Horda, em Kalimdor, está interessadas nas implicações das crenças dos Caminhantes. Ninguém sabe ao certo por qual objetivo, mas o trio pode ver algum valor em promover a chegada do inverno—ou pelo menos usar a seita para atingir seus próprios fins.
Os Caminhantes e outros sectos
Os Caminhantes da Neve não têm paciência para a maioria das outras ordens druídicas, considerando-as presas ao passado.
Atitudes Específicas
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Guardiões do Bosque Eterno: Se natureza e civilização podem coexistir não importa. Ambas estão condenadas, e quanto antes os Guardiões perceberem isso, mais úteis serão para o mundo como ele realmente é.
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Ciclo Inexorável: Tanta determinação para conter o avanço do tempo. Patético.
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Sentinelas do Véu: Seu tempo já passou. Talvez tenham até impedido o inverno que deveria ter chegado, condenando o mundo a milhares de anos de sofrimento desnecessário.
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Poetas Esmeralda: Pelo menos eles entendem que todas as coisas têm seu lugar na criação. Mas me pergunto se continuarão tão tranquilos quando o inverno chegar a seus bosques crepusculares.
