

Andarilho
O Andarilho é o mais enigmático entre os deuses, uma divindade sem origem definida, sem laços familiares com qualquer outro membro do panteão. Não é filho nem pai, irmão nem amante — é o forasteiro eterno, o espírito errante que caminha por Alderion tanto em corpo quanto em essência. Seu domínio é o da mudança inevitável: seja a mutação da carne, a evolução das ideias ou a ruína das tradições.
Aparências nada significam ao Andarilho, que se transforma com a facilidade do vento e pode assumir qualquer forma sem jamais ser reconhecido. Onde outros deuses impõem dogmas, ele planta dúvidas. Onde há estabilidade, ele semeia a metamorfose.
É patrono dos inventores, dos trapaceiros, dos viajantes e de todos que vivem nas margens da identidade — especialmente changelings, metamorfos, licantropos e shifters, que o veneram como divindade suprema.
Por muitos é chamado de o Doador de Presentes — mas todo dom carrega um preço oculto, e toda benção traz o embrião da mudança.

Andarilho - Deus do Caos e da Mudança

Alinhamento
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Neutro
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Caótico
Domínios
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Engano, Artífice, Caos, Encanto, Criação, Viagem, Libertação
Arma Predileta
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Cimitarra
Doutrina
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A única constante é a mudança.
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A transformação não é um mal, mas uma necessidade divina.
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Tudo deve ser desconstruído e reconstruído em algo novo.
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A mentira pode ser libertadora. A farsa, uma forma de verdade. O caos, o útero da criação.
Soberano da Transformação e do Mistério
O Andarilho é uma entidade isolada dentro do panteão — não por rejeição,
mas por escolha. Recusa vínculos permanentes e desafia todos os dogmas.
Ainda assim, certas relações se destacam.
Com Tymora, compartilha a afinidade com a inconstância e a virada do destino.
Ambos dançam nas bordas da ordem, embora Tymora valorize o acaso,
enquanto o Andarilho molda o caos com intenção.
Zenithar despreza o Andarilho por destabilizar os sistemas econômicos que
constrói, mas também o teme, pois sabe que toda estrutura pode ruir com
uma palavra bem colocada.
Zenithar representa tudo que o Andarilho nega — estabilidade, tradição, repetição — e por isso são opostos naturais.
Entre o Sexteto Sombrio, o Andarilho tem uma relação curiosa com Sombra, pois ambos fluem fora das verdades absolutas. Mas o Andarilho prefere a ambiguidade à corrupção direta. Já com Escárnio, compartilha o gosto pela provocação, embora evite a crueldade gratuita.
Por fim, muitos afirmam que o Andarilho é o único dos deuses capaz de enganar até mesmo o Guardião, subvertendo pactos de alma e roubando destinos que já haviam sido selados.
Sacerdócio e Culto
Os sacerdotes do Andarilho são moldados tanto por experiência quanto por reinvenção. Muitos eram artesãos, atores, alquimistas ou viajantes antes de se tornarem clérigos — e mesmo depois, raramente mantêm a mesma identidade por muito tempo. São treinados para pensar fora das convenções, questionar o senso comum e alterar suas próprias vidas como prova de fé. O domínio do disfarce e da improvisação é essencial.
Os deveres do Andarilho raramente seguem um padrão. Suas missões podem envolver a entrega de objetos ou mensagens misteriosas, a infiltração de instituições para semear dúvida ou renovação, ou até viagens sem propósito claro — pois o próprio caminho pode gerar mudança. Alguns seguidores assumem identidades falsas por anos, com o único objetivo de plantar a semente da transformação em determinado grupo ou sociedade.
Ritos e Orações: Os rituais do Andarilho são criativos e por vezes desconcertantes. Para homenageá-lo, o fiel deve criar algo com valor — um poema, um objeto mágico, uma escultura — e então destruí-lo, provando que é capaz de renunciar ao apego e aceitar a efemeridade das coisas. Viajantes de todas as crenças frequentemente oram ao Andarilho antes de grandes jornadas, temendo ou desejando a imprevisibilidade que ele traz.
Locais de Culto: Não existem templos fixos do Andarilho. Cada devoto é responsável por criar seu próprio espaço sagrado, que deve ser transformado regularmente — um altar pode ser uma tenda hoje e uma máscara de barro amanhã. O importante é que o santuário reflita a mudança constante. Ainda assim, há rumores de um templo invisível, sempre em movimento, que apenas os verdadeiros transformados podem encontrar.
