

Devorador
O Devorador é a encarnação da força bruta e indomada da natureza — o soberano das marés, das tempestades, dos terremotos e das chamas selvagens. Onde Ishtar nutre e Balinori guia, o Devorador consome. É temido mais do que reverenciado, e mesmo os mais devotos preferem aplacá-lo do que invocá-lo diretamente.
Entre os mortais, é cultuado em segredo por aqueles que buscam o colapso da ordem natural e o retorno ao caos primordial. Já entre raças anfíbias e marinhas, como sahuagins, homens-lagarto e alguns tritões, o Devorador é adorado abertamente como o verdadeiro soberano dos oceanos e abismos.
Dizem que ele é irmão de Ishtar e Balinori, mas, em antigas lendas proibidas, é também pai da Fúria, concebida de um ato de violência brutal contra sua própria irmã. Para os seguidores mais extremos, isso é uma revelação de seu poder supremo: o instinto que subjuga o mundo sem moral ou arrependimento.

Devorador - Deus do Oceano e das Ondas

Alinhamento
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Caótico
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Maligno
Domínios
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Frio, Destruição, Mal, Pestilência, Oceano, Água, Clima.
Arma Predileta
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Tridente
Doutrina
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Nada é eterno. Tudo que é criado será consumido.
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A agricultura escraviza a terra.
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As leis negam os impulsos naturais.
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A natureza não é um ciclo de vida e morte: ela é o fim inevitável.
Soberano das Tormentas e das Profundezas
O Devorador é a personificação da força indomável da natureza — não como
mãe generosa, mas como predadora voraz. Soberano das marés, das tempestades,
do frio paralisante e da doença que devora silenciosamente, ele reina sobre o
caos elemental com uma fúria ancestral.
É o terror nas profundezas, a tempestade súbita no horizonte, o gelo que
consome tudo em silêncio.
A relação do Devorador com os demais deuses é marcada pelo instinto bruto e
o desprezo pelas amarras da ordem. Com Ishtar, sua irmã, a conexão é de
profundo contraste e tragédia. Enquanto ela cultiva a vida e o crescimento,
ele simboliza a destruição inevitável que segue cada colheita. Muitos mitos
falam do ato abominável de violência que resultou no nascimento da Fúria — um evento que rompeu para sempre qualquer esperança de reconciliação entre os dois, e foi o estopim para a expulsão do Sexteto Sinistro do Panteão Soberano.
Balinori, sua outra irmã, tenta conter o Devastador como quem doma uma fera selvagem. Representando a caça e o equilíbrio natural, Balinori é sua eterna opositora, buscando impor limites à fúria do oceano, às tempestades descontroladas e às bestas que o Devorador liberta.
Com Fúria, sua filha, existe uma ligação sombria e ancestral. Eles não são aliados constantes, mas suas ações frequentemente se entrelaçam — ela incita paixões que levam à guerra e destruição, e ele oferece o colapso final. Em certos cultos, pai e filha são invocados juntos como os dois ventos de uma mesma tempestade.
Morhya e Tyr representam tudo o que ele despreza: ordem, sociedade, proteção, honra. Para o Devorador, esses ideais não passam de casulos frágeis, destinados a serem quebrados pelas ondas do tempo e da fúria.
Até mesmo entre o Sexteto Sinistro, o Devorador mantém uma distância selvagem. Ele respeita apenas a força, e sua lealdade é tão imprevisível quanto os mares que comanda.
Sacerdócio e Culto
A iniciação entre os sacerdotes do Devorador é um processo impiedoso. O acólito deve sobreviver a uma estação inteira entregue aos elementos — preso a um rochedo costeiro, afundado até o pescoço num pântano congelante, ou isolado em uma ilha assolada por doenças.
O objetivo não é provar força, mas sim resignar-se ao poder incontrolável da natureza. Aqueles que lutam contra isso fracassam. Aqueles que se entregam, se tornam sua voz.
Servos do Devastador vivem para semear colapso e ruína. Suas missões envolvem provocar tempestades com magia profana, invocar maremotos, espalhar pestes ou sabotar os recursos que sustentam a vida.
Alguns agem como profetas apocalípticos, prenunciando o fim do mundo civilizado. Outros, mais silenciosos, trabalham para enfraquecer barragens, envenenar fontes, quebrar redes de comércio ou libertar feras primordiais das profundezas.
Ritos e Orações: O Devorador exige oferendas destrutivas: navios incendiados e lançados ao mar, cidades inundadas em seu nome, sacrifícios afogados, pragas liberadas. Em regiões costeiras, seus rituais envolvem entoações durante marés violentas ou furacões.
Não há estrutura — a devoção deve ser tão caótica quanto o deus. Quanto mais intensa a destruição causada, mais poderosa a oração.
Locais de Culto: Poucos templos do Devorador permanecem erguidos por muito tempo. Ele os devora com a mesma voracidade com que exige oferendas. Seus santuários são geralmente construções temporárias: cavernas inundadas, plataformas de pedra em mar aberto, estruturas costeiras corroídas pelo sal.
Entre os sahuagins e outros povos anfíbios, seus templos submersos são verdadeiras catedrais de coral verde, onde rituais são realizados nas profundezas abissais — e os gritos dos sacrificados jamais voltam à superfície.
