

Fúria
Fúria é a encarnação das emoções levadas ao limite — uma deusa nascida do encontro entre a fertilidade criadora de Ishtar e o poder destrutivo do Devastador. Ela não representa apenas a raiva, mas todo sentimento intenso que consome e transforma: o amor que se torna obsessão, o luto que se converte em vingança, a dor que incendeia a alma.
Onde outros deuses buscam equilíbrio, Fúria exige entrega. É adorada por bárbaros que guerreiam com o coração em chamas, por artistas e bardos que criam com o sangue ainda pulsando na pele, por monstros que encontraram, em sua ira, a única resposta ao desprezo do mundo. Em Kalimdor e entre raças marginalizadas, seu culto floresce de forma aberta; já nos reinos ditos civilizados, sua adoração se esconde nos becos da paixão reprimida.

Fúria - Deusa da Ira e da Ruína

Alinhamento
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Caótico
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Maligno
Domínios
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Paixão, Ira, Loucura, Libertação, Mal, Ódio.
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Arma Predileta
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Rapier
Doutrina
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Confiança é uma corrente. Encontre o elo fraco e rompa-o.
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Quem hesita, sangra. Quem engana, sobrevive..
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A lâmina mais afiada é aquela que não se vê.
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Para dominar o campo de batalha, domine primeiro os corações de seus inimigos.
Soberana das Emoções Explosivas
Fúria representa o grito primal que emerge do fundo da alma, seja em forma
de lamento, fúria ou êxtase. Seus devotos estão entre os mais diversos: bárbaros
tomados por transe de guerra, artistas e bardos que criam com sangue fervendo
em suas veias, criaturas monstruosas que vivem à flor da pele. Até mesmo aqueles
que servem outras divindades podem se voltar a Fúria nos momentos em que
suas emoções se tornam maiores que eles mesmos.
Fúria é filha de Ishtar, a deusa da fertilidade e da compaixão, e de seu irmão,
o Devorador, soberano da destruição impiedosa. Herdou da mãe a intensidade
da criação e do pai a fome da aniquilação — mas fez disso algo próprio.
Rejeita tanto o equilíbrio da vida quanto a frieza da destruição. Ishtar enxerga a
filha com tristeza e medo, lamentando não ter conseguido orientá-la. Já o Devorador vê nela uma extensão perigosa de si, mas imprevisível demais para ser controlada.
Tyr, o deus da honra e da justiça, considera Fúria uma ameaça à ordem social e moral, uma semeadora do caos emocional que pode corromper até os justos. Seu confronto é inevitável sempre que a paixão se opõe à razão.
Aureon, o guardião do conhecimento racional, vê Fúria como uma antítese de sua doutrina — onde ele busca compreensão, ela se entrega ao impulso. Entre seus fiéis, confrontos entre devotos das duas entidades frequentemente eclodem em disputas intelectuais e emocionais extremas.
Escárnio, deus da traição, mantém uma relação volátil com Fúria: muitas vezes lutam lado a lado, movidos por vingança ou desespero, mas sua aliança nunca é segura — paixão e perfídia não se sustentam juntas por muito tempo.
Sacerdócio e Culto
Sacerdotes da Fúria devem conhecer a dor como quem conhece a si mesmo. Muitos perderam tudo na Última Guerra; outros foram marcados por grandes tragédias ou traições. Suas formações não seguem escolas ou tratados, mas ritos iniciáticos de entrega emocional — jejum até o delírio, luto prolongado, êxtase ritual, automutilação ou enfrentamento de traumas.
Esses sacerdotes vivem aquilo que pregam: eles sentem. Não existem sacerdotes mornos ou distantes — todos são chamas vivas que consomem o mundo à sua volta com a intensidade do que carregam por dentro.
A principal missão de um devoto da Fúria é incendiar. Eles devem instigar emoções fortes nos outros, despertar sentimentos reprimidos, romper os grilhões da tradição. Um sacerdote pode provocar um amante a abandonar tudo por paixão, um artista a destruir sua obra em busca de inspiração, ou até mesmo um guerreiro a se entregar à fúria mais pura no campo de batalha.
Devem também buscar vingança contra os que abafam o sentir — especialmente aqueles que impõem leis secas, doutrinas rígidas ou moralidade vazia. Seus atos raramente são planejados com frieza, mas cada um deles carrega uma marca poderosa: a emoção verdadeira.
Ritos e Orações: Orar à Fúria é se despir de contenção. Não há fórmulas fixas, apenas entrega. Muitos de seus rituais envolvem sangue — ora do devoto, ora de inimigos, ora de símbolos sentimentais — como a destruição de um objeto amado ou de uma lembrança dolorosa.
As cerimônias são cheias de cor, som, movimento e gritos. Nenhuma oração à Fúria é silenciosa. Seja um grito de raiva, uma canção desesperada, um lamento rasgado ou uma dança até o colapso, tudo que vem da alma é aceito como sagrado.
Locais de Culto: Os santuários dedicados à Fúria são tão variados quanto os sentimentos que ela inspira. Em regiões selvagens, podem ser apenas círculos de pedra manchados de sangue ou montes de ossos onde oferendas são deixadas. Entre os drows e outros povos devotos à arte e à dor, seus templos podem ser opulentos — salões escarlates esculpidos com rostos em agonia, espelhos que distorcem emoções, vitrais feitos com lágrimas cristalizadas e sangue encantado.
Nenhum templo da Fúria é frio. Todos vibram — em cor, em forma, em presença. Mesmo fechados e silenciosos, carregam a tensão de um coração prestes a explodir.
