

Casa Vadalis
A Casa Vadalis é, sem dúvida, a mais inofensiva das casas dracônicas. Seus dons não vencem batalhas nem impulsionam o comércio das nações; a casa não teve um papel fundamental na Última Guerra nem na criação das tradições das casas. Sua marca permite que cuidem e controlem melhor os animais; embora útil, essa habilidade está longe de ser lendária.
Ainda assim, essa casa discreta carrega sua parcela de controvérsias. Durante a Guerra da Marca, houve rumores de que a Casa Vadalis criou feras arcanas tão horríveis que posteriormente foram proibidas e destruídas. Turan se recusa a permitir a entrada de herdeiros de Vadalis em seu território, e a fusão de magia com a natureza promovida pela casa inspira tanto admiração quanto hostilidade entre os habitantes de Alderion.

Barão Dalin d'Vadalis

O Barão Dalin d'Vadalis é o patriarca da Casa Vadalis, renomado por sua habilidade em criação de animais e por sua facilidade em fazer amizades. Ele reside na propriedade Potrilhar, localizada nos arredores da cidade de Darnassus.
Apesar de ser o líder da Casa Vadalis, Dalin despreza o uso de títulos formais e evita os luxos típicos da nobreza, alinhando-se ao estilo de vida simples e pragmático do resto de sua casa. Suas aspirações para a Casa Vadalis são voltadas para que ela se torne uma força positiva no mundo, sem qualquer ambição de obter mais poder ou status.
Dalin é bondoso, amigável e empático, mas também um líder astuto, capaz de lidar com pessoas tão bem quanto com animais. Ele continua trabalhando ativamente como criador de animais, conciliando essa paixão com suas responsabilidades com a Casa.
Visão Geral da Casa
Líder e Sede: Baronesa Jorlana d'Cannith comanda suas operações da Latvéria
Principais produtos: A Casa Vadalis é conhecida por sua grande experiência em
lidar com todo tipo de animal. Desde linhagens puras a cruzamentos mágicos, a
casa se destaca por criar o que há de melhor no mundo animal. A Guilda dos
Tratadores é uma guilda mercantil administrada pela Casa Vadalis, envolvida na
criação, reprodução, treinamento e manutenção da saúde dos animais, além de
pesquisas e outras tarefas relacionadas. Seus membros podem ter habilidades em
manejar e tratar animais, avaliar a saúde do gado, cavalgar, sobreviver na natureza
ou em outros aspectos de sua profissão.
Raça com a Marca do Adestramento: Humanos
As casas dracônicas são compostas por linhagens extensas, mas a Casa Vadalis se destaca por manter um forte laço familiar. Todo herdeiro de Vadalis com mais de 10 anos conhece sua genealogia por diversas gerações. Esse conhecimento fortalece os laços entre os membros, tornando os relacionamentos pessoais essenciais para seus negócios.
Para Vadalis, a família vem em primeiro lugar e os negócios em segundo. Acordos comerciais que ameacem a unidade familiar são rejeitados, enquanto planos menos lucrativos, mas que respeitam sua estrutura, são adotados. Outras casas frequentemente ridicularizam a influência e a riqueza limitadas de Vadalis, mas para seus membros, nenhum parente é um estranho, e nenhuma quantia em dinheiro pode substituir a família.
Estrutura
A Casa Vadalis é uma casa dracônica composta por humanos que possuem a Marca do Adestramento. Eles administram a Guilda dos Tratadores, dedicada à criação, venda, cuidado e treinamento de animais em toda Alderion. Originária de Tír na nÓg, Vadalis é a única casa dracônica humana a manter seu centro de operações fora das Cinco Nações. Seus membros estão satisfeitos em atender pequenas cidades, vilarejos e áreas rurais, amplamente ignoradas pelas outras casas.
Reputação
Vadalis tem o menor número de membros e a menor fortuna entre as casas dracônicas. Nunca foi particularmente próspera ou poderosa e nem busca ser. Seus dons são útis, mas não revolucionários. Vadalis não foi essencial para nenhum lado na Última Guerra, e seus barões nunca demonstraram interesse em política. Como resultado, é vista como a mais discreta das casas, sendo geralmente considerada inofensiva ou até benevolente.
Apesar disso, a casa não está isenta de polêmicas. Ser banida de Turan é um escândalo recente, e antigos rumores persistem sobre Vadalis ter criado monstros mágicos aterrorizantes durante a Guerra da Marca. Acima de tudo, a forma como Vadalis une magia e natureza provoca tanto admiração quanto medo e raiva. Histórias sobre experimentos secretos da casa não são levadas a sério pela maioria, mas os próprios membros não fazem esforço para desmenti-las.
Habitantes rurais de Alderion tendem a ter uma visão positiva da casa, enquanto os urbanos são indiferentes ou a veem como um grupo de fazendeiros excêntricos.
Relacionamentos
Tír na nÓg e Argos
Por ser sua terra natal, Vadalis tem laços estreitos com Tír na nÓg, mantendo-se lá mesmo após sua secessão de Argos. Apesar disso, a casa se mantém neutra na disputa entre as duas nações, contribuindo para melhorar suas relações.
Vadalis também possui laços fortes com Argos, em grande parte devido ao casamento do Rei Victor com Lenka d'Vadalis, irmã do patriarca da casa. Lenka renunciou à sua posição e fortuna para se tornar parte da realeza de Argos, mas continua próxima de sua família.
Outras casas desconfiam dessa relação, suspeitando que Vadalis possa estar recebendo tratamento especial. O casamento rompe tradições, pois historicamente as casas e a nobreza evitam uniões para manter separadas as esferas de governo e comércio. Além disso, o fato de Lenka manter o nome Vadalis viola os Editos de Korth, e alguns temem que Victor pretenda se afastar dessas regras para fortalecer os laços com Vadalis.
Turan
Os elfos de Turan mantêm uma rivalidade amarga com Vadalis, proibindo sua entrada sob pena de execução. O motivo é a insistência da casa em obter seus cavalos de guerra exclusivos. Vadalis deseja esses animais desde a chegada dos elfos Valaes Tairn a Alderion, esperando criar uma linhagem aprimorada e lucrativa. Apesar de conseguir alguns exemplares ao longo dos últimos 80 anos, nunca conseguiu reproduzi-los. Os cavalos não são estéreis nem magicamente afetados, mas simplesmente não procriam em cativeiro.
Alguns sábios de Vadalis acreditam que seu segredo pode estar ligado às zonas manifestas do Império das Terras Exiladas, enquanto outros aceitam a versão dos elfos, que afirmam que os cavalos recebem dons de seus ancestrais e jamais os transmitirão sem a bênção de um Guardião de Sangue. Apesar disso, Vadalis continua fascinada por esses cavalos e disposta a pagar muito pelo segredo de sua criação.
Planícies de Khitai
Vadalis também está cada vez mais curiosa sobre as criaturas das Planícies de Khitai: os tecméricos domesticados pelos halflings nômades. A casa tem uma presença significativa na região, que se expandiu durante a Última Guerra, e vê grande potencial nessas criaturas. Seu objetivo é aprender com os halflings e, possivelmente, descobrir novas linhagens de tecméricos que possam ser adaptados para fins comerciais e militares.
Guildas
A Casa Vadalis mantém a Guilda dos Tratadores. Enquanto outras casas dracônicas focam na administração, deixando que suas guildas subordinadas atuem em suas respectivas indústrias, Vadalis adota uma abordagem diferente, com uma divisão alternativa de operações.
A Guilda dos Tratadores funciona como uma cooperativa, conectando criadores e fazendeiros independentes, fornecendo conhecimento e linhagens de animais, oferecendo treinamento em técnicas de Vadalis e concedendo certificações e licenças para aqueles que trabalham com animais e bestas.
A guilda também sanciona organizações como a Guilda dos Guardiões Verdes, responsável pelo cuidado de animais e jardins na Latvéria. Seus membros criam, comercializam, cuidam e treinam uma ampla variedade de animais e bestas de alta qualidade, incluindo aqueles aprimorados magicamente. Além disso, a guilda supervisiona pesquisas nessas áreas, sendo responsável por todas as questões relacionadas a animais. Por essa razão, a Guilda dos Tratadores é a face mais visível da Casa Vadalis.
Além da criação e do treinamento, a Casa Vadalis também possui um grupo de caçadores conhecido como Abençoados de Balinori. Esses especialistas se dedicam a capturar vivos diversos tipos de bestas exóticas, desde ovos de grifo até feras deslocadoras, e levá-las para os ranchos de Vadalis. Sempre que novas criaturas exóticas são relatadas, os Abençoados são enviados para investigá-las e capturá-las.
A Última Guerra
A Última Guerra não foi um fator decisivo para a Casa Vadalis, e sua influência no conflito foi menor do que a de outras casas dracônicas. No entanto, foi um período lucrativo, pois muitas nações buscavam comprar seus animais como montarias e feras de guerra. A casa manteve-se neutra, vendendo para todos os lados.
No início da guerra, em 894 DG, os barões de Vadalis previram a necessidade de feras exóticas para missões especiais e decidiram ser os fornecedores. Assim, enviaram exploradores, caçadores e mercadores para buscar novas criaturas, adquirindo ovos, filhotes e adultos prontos para reprodução nos confins de Alderion. Com isso, representantes de todas as facções recorreram à casa com seus pedidos, e Vadalis entregou.
Bitúnia, em particular, investiu pesadamente em seus cavalos de guerra aprimorados para a cavalaria, ursos-pardos para patrulheiros e forças especiais como a Nona Brigada, e tigres-fantasma para druidas britunianos. A casa também vendeu falcões-dragão para Argos e, na fase final da guerra, forneceu cavalos de guerra robustos para a cavalaria pesada e grifos para reconhecimento aéreo a várias facções. Entre as feras de guerra mais mortais estavam lobos terríveis treinados para caçar humanos, buletes usados para escavar sob muralhas defensivas e, ocasionalmente, até dinossauros, que eram extremamente caros.
Além disso, a casa forneceu animais de carga resistentes para os hospitais móveis da recém-formada Guilda dos Médicos da Casa Jorasco, cerca de cinquenta anos atrás, no auge dos combates. Dessa forma, tornou-se essencial para a guerra, embora frequentemente esquecida nas recordações do conflito.
Em um laboratório na Torre de Vidro, em Daventry, Jasran d'Vadalis conseguiu domesticar e aprimorar cães piscantes, criando uma linhagem amigável capaz de se teletransportar junto com outras criaturas e objetos. No entanto, em 918 DG, a torre desabou, destruindo o laboratório e devastando o distrito do Portão Celestial. Alguns dos cães piscantes escaparam e se uniram a uma tribo local de Retalhos no novo Distrito da Queda.
Mesmo quando Tír na nÓg se separou de Argos, em 948 DG, a Casa Vadalis manteve-se neutra no conflito que se seguiu. Não viu razão para deixar suas terras ancestrais, pois já estava lá muito antes da ascensão do Reino de Galifar e permaneceu após seu colapso.
Contudo, uma escuridão começou a crescer dentro da família. A conspiração Coração Selvagem ganhou força na casa, buscando reviver práticas antigas dos Seryans e até mesmo criar humanoides aprimorados. Em busca de um concorrente para os forjados bélicos da Casa Cannith, e motivada pelo Coração Selvagem, a filial da casa em Cyre, sob o comando de Venarl d'Vadalis, conduziu experimentos ilícitos em criaturas sencientes, incluindo humanos, em seu laboratório secreto em Shadizzar.
Por volta de 946 DG, membros da organização Abençoados de Balinori tentaram roubar uma manada inteira de cavalos de Turan, levando os elfos a banirem a casa de suas terras e a se tornarem seus maiores inimigos. Nos anos seguintes, a Casa Vadalis continuou fazendo novas tentativas.
Nos últimos anos da guerra, após uma breve luta interna, a casa começou a treinar seus próprios cavaleiros de grifo e entrou no ramo mercenário. Os exércitos de Alderion empregaram cavaleiros de grifo da Casa Vadalis contra os cavaleiros de grifo de outras nações.
Religião
Por estar sediada em Tír na nÓg, a Casa Vadalis mantém contato frequente — e, às vezes, conflitante — com as diversas seitas druídicas da região. No entanto, desde que emergiram da Floresta do Coração Verdejante, a família tem trabalhado para estabelecer e fortalecer laços com esses grupos.
Como resultado, os druidas costumam ser neutros ou amigáveis em relação à Casa Vadalis. A maioria das seitas tolera o trabalho da casa, desde que continue respeitando e cuidando dos animais e da terra. Eles veem as criações de Vadalis como um uso aceitável da natureza para suprir as necessidades da civilização.
Ainda assim, enquanto muitas aldeias têm druidas locais como conselheiros, os assentamentos de Vadalis raramente o fazem, pois a casa considera a Marca do Adestramento como prova suficiente de sua própria conexão com a natureza.
No entanto, todas as seitas druídicas condenam as antigas práticas da linhagem Seryan, e, se descobrissem a existência do Coração Selvagem, denunciariam Vadalis sem hesitação.
Entre as seitas, os Guardião do Bosque Eterno são os mais amistosos com Vadalis e a Guilda dos Tratadores. Seus membros respeitam o poder e a influência dos druidas e apreciam a ordem e a segurança que impõem na região. Vadalis e os Guardiões trabalham juntos para combater a caça ilegal nos arredores de Darnassus. Os Poetas Esmeralda também mantêm boas relações com a casa.
Mas nem todas as seitas são tão pacíficas. O Ciclo Inexorável odeia a Casa Vadalis por suas criações mágicas, considerando-as uma abominação e uma corrupção da pureza da natureza. Eles frequentemente atacam propriedades da casa, praticando vandalismo, sabotagem e até mesmo massacrando os animais aprimorados. A situação é tão grave que, em algumas regiões, fazendeiros evitam comprar animais da Vadalis por medo de perdê-los para os ataques do Ciclo.
Rumores & Lendas
Há rumores recorrentes sobre as criaturas criadas pela Casa Vadalis, desde bestas monstruosas até soldados super-humanos aprimorados magicamente, desenvolvidos durante a Última Guerra. A criação de humanos aprimorados sempre foi alvo de especulações.
Em particular, uma teoria sugere que os Retalhos, que vagam pelas ruínas do Distrito da Queda, em Daventry, são na verdade o resultado de experimentos fracassados de Vadalis.
Recentemente, o patriarca da Casa Vadalis, Dalin d'Vadalis, começou a descobrir evidências da existência de uma organização secreta dentro da própria casa: o Coração Selvagem.
Em 957 DG, uma instalação de Vadalis na Latvéria, capital de Argos, foi invadida por forças de elite argonianas sob o comando da Capitã Allis, após uma denúncia feita pelos Olhos do Destino. O que encontraram foi alarmante: um culto operando entre os funcionários da casa e, mais perturbador ainda, um coração colossal bombeando sangue através de veias incrustadas nas paredes da estrutura.
Os cultistas alegavam estar "criando o coração de Galifar", acreditando que isso poderia, de alguma forma, reunir o Reino de Galifar. Ao ser questionado pelas Cartas de Sharra, Dalin negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre os responsáveis, mas prometeu conduzir uma investigação completa.

O hipogrifo é o símbolo da Casa Vadalis